Fórmula 1

Parceiro de Senna, Berger aposta em Massa para o título

GloboEsporte.com

Atualizada em 27/03/2022 às 14h05

RIO DE JANEIRO – Atual sócio e chefe da equipe STR, o ex-piloto Gerhard Berger afirma que Felipe Massa está pronto para brigar pelo título da Fórmula 1 em 2007. Em entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM, por e-mail, o austríaco afirma que a briga pelo título ficará entre Ferrari, McLaren e Renault, e rechaça as acusações de usar um carro ilegal em sua equipe.

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Gerhard Berger correu durante três temporadas com Ayrton Senna na McLaren (entre 1990 e 1992). Ele é considerado um dos poucos amigos que o tricampeão tinha na Fórmula 1. O ex-piloto descreve Senna como uma pessoa de personalidade complexa, mas muito divertida nas horas vagas. E ainda aponta Bruno Senna, sobrinho de seu amigo, como um piloto muito talentoso.

GLOBOESPORTE.COM: Você acha que Felipe Massa está pronto para lutar pelo título?

Gerhard Berger: Até o início da última temporada, diria que não. Mas com duas vitórias no currículo, tenho que dizer que sim, porque ele parece ter amadurecido, e apresentou boas atuações no fim de 2006. Nos construtores, acho que Ferrari, McLaren e Renault vão brigar.

GLOBOESPORTE.COM: Qual a sua expectativa para a nova temporada?

Gerhard Berger: Espero que possamos avançar. Seria muito otimista pensar em vitórias, mas precisamos nos tornar um competidor regular e competir contra as equipes maiores e do meio do grid.

GLOBOESPORTE.COM: A Fórmula 1 vai sentir muito a falta de Michael Schumacher?

Gerhard Berger: Michael foi um grande campeão, mas a Fórmula 1 sempre avança. Em todas as vezes que um ótimo piloto deixa o esporte, sua falta é sentida, mas por apenas um curto espaço de tempo. Depois, todos avançam.

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GLOBOESPORTE.COM: Por que decidiu voltar para a Fórmula 1?

Gerhard Berger: Conhecia Dietrich Mateschitz (dono da RBR) por um longo tempo. Na verdade, acho que fui o primeiro esportista a se envolver em uma promoção da marca dele, há muito tempo, em uma praia no Rio de Janeiro. Desde então, mantivemos contato após eu me aposentar. Quando eu saí da BMW, senti que gostaria de ter um envolvimento mais profundo com a Fórmula 1. Fechei contrato com ele e assumi a direção da STR, sua segunda equipe. E ofereci o serviço de transportes da minha família para as duas equipes. Isso está ajudando muito.

GLOBOESPORTE.COM: Qual a chance de a STR crescer?

Gerhard Berger: Não tem nada a ver com sorte. No papel, temos todas as razões para crescer. No último ano, mesmo com um motor que não era competitivo, um velho V10, conseguimos ir bem. Agora, com um novo V8 e mudanças na equipe, espero que possamos fazer a diferença. Mas temos que lembrar que todas as equipes querem melhorar, e a competição é apertada. Acredito que melhoraremos gradualmente.

GLOBOESPORTE.COM: O que acha da polêmica envolvendo o carro da STR?

Gerhard Berger: Respeito a opinião dos outros donos de equipe, mas na minha visão nosso carro é legal e cumpre todas as exigências da FIA. Ele foi desenhado pelo departamento de tecnologia conjunto da RBR e da STR, e o chassi foi construído na Áustria. Isso não quer dizer que os carros sejam os mesmos.

GLOBOESPORTE.COM: Qual o balanço que faz do primeiro ano da STR?

Gerhard Berger: Nosso primeiro ano foi definitivamente positivo. Conseguimos melhorar muito, e mostramos uma boa confiabilidade. Isso mostra que a equipe estava trabalhando bem nos momentos importantes.

GLOBOESPORTE.COM: O que pensa das novas regras para 2007?

Gerhard Berger: Para uma equipe pequena como a nossa, com um orçamento limitado, todas as mudanças são boas, principalmente quando diminuem os custos.

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GLOBOESPORTE.COM: Quais os momentos de sua carreira na F-1 que destacaria?

Gerhard Berger: Quase toda a minha carreira na Fórmula 1 foi de bons momentos. Mas as vitórias foram os melhores, principalmente minha última, no GP da Alemanha de 1997, em Hockenheim. E o pior momento, sem dúvida, foi o fim de semana de Ímola, em 1994.

GLOBOESPORTE.COM: Como era seu relacionamento com Ayrton Senna?

Gerhard Berger: Ayrton era um grande companheiro de equipe, mas acima de tudo, um grande amigo. Ele tinha uma personalidade muito complexa, mas conseguia se desprender disso nas horas de folga. Vivemos juntos muitos momentos divertidos.

GLOBOESPORTE.COM: Qual sua opinião sobre o talento de Bruno Senna, sobrinho de Ayrton?

Gerhard Berger: Após a morte de Ayrton, Bruno parou de correr por muitos anos. Isso significa que ele sente falta de experiência, porque não teve todo o desenvolvimento normal de um piloto, enquanto os outros jovens andavam de kart. Para ele, os últimos três anos foram gastos com essa experiência. Talvez neste ano saberemos até onde ele pode ir, e o acho talentoso. Mas não posso prever o futuro.

GLOBOESPORTE.COM: O Bruno é parecido com o Ayrton?

Gerhard Berger: Quando o vi pela primeira vez, parecia uma cópia de Ayrton em alguns aspectos: ele é muito ligado e concentrado, pensa no futuro e é avançado para sua idade. Mesmo olhando para ele, você consegue identificar semelhanças físicas.

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