Fernanda Nobre vai voltar à TV como a personagem Maria Fernanda, que vai causar uma reviravolta na vida de um dos gêmeos interpretados por Cauã Reymond na próxima novela das nove da Globo, Um lugar ao Sol. A atriz, de 37 anos, fará uma participação no comecinho da trama de Lícia Manzo, prevista para estrear no último trimestre deste ano, na sequência de Império (2014). Apesar de ter estreado criança na TV, Fernanda ainda sente um friozinho na barriga a cada novo papel.
"Toda vez que vou estrear um novo espetáculo, eu sinto como se estivesse me jogando de paraquedas e, na noite de estreia, me pergunto: 'para que estou vivendo esse nervoso? Por que me coloquei nessa situação?'", questiona, aos risos. "Mas, assim que entro no palco, a resposta fica muito clara: essa adrenalina é a melhor sensação do mundo, o controle do nervosismo, da técnica, o prazer daquele tempo/espaço ser guiado completamente por mim", acrescenta.
Casada com o diretor e encenador artístico José Roberto Jardim, de 44 anos, Fernanda, que declarou viver um relacionamento aberto com o marido, tem usado sua visibilidade nas redes sociais para falar sobre temas como feminismo, machismo, monogamia e poligamia. "Meu intuito é dividir a informação e provocar uma reflexão nas mulheres de que nem sempre nossas escolhas são conscientes. Então proponho que façamos escolhas pautadas em nossos desejos verdadeiros e não para corresponder às expectativas de quem está à nossa volta", afirma.
Você vai fazer a próxima novela das 9. Como você integrou o elenco da trama?
Foi um convite feito pelo Maurício Farias [diretor de Um lugar ao sol] em 2019. Farei um personagem no comecinho da novela. Fiquei extremamente feliz de entrar nessa obra, porque sempre quis fazer parte do set do Maurício, amo todos os trabalhos dele e sou especialmente fã da Lícia Manzo, ela é uma autora que escreve lindamente personagens femininos. A minha personagem é Maria Fernanda, uma mulher livre e que morava em Paris quando teve um caso com Renato, um dos personagens interpretados pelo Cauã Reymond.
É uma personagem que aparece para estremecer a base dos papéis do Cauã e da Alinne Moraes, correto? Acredita que o público ficará do lado dela ou contra?
Acho que, mais do que contra ou a favor, a personagem vai trazer um susto, um impacto, algo que as pessoas não esperam para a história.
Você tem praticamente 30 anos de carreira, começou criança. Ainda fica ansiosa quando começa um novo trabalho?
Até eu me assusto com a quantidade de anos. Estrear uma personagem é sempre uma aventura. Algumas personagens despertam mais expectativa e nervoso, outras menos, mas sempre é um mergulho no desconhecido. Toda vez que vou estrear um novo espetáculo, eu sinto como se estivesse me jogando de paraquedas e, na noite de estreia, me pergunto: 'para que estou vivendo esse nervoso? Por que me coloquei nessa situação?' (risos). Mas, assim que entro no palco, a resposta fica muito clara: essa adrenalina é a melhor sensação do mundo, o controle do nervosismo, da técnica, o prazer daquele tempo/espaço ser guiado completamente por mim. No estúdio, o frio da barriga é o mesmo, eu o reconheço como um termômetro do quanto estou empolgada, feliz de fazer parte daquela obra, do quanto aquilo é a coisa mais importante do mundo naquele momento. A sensação de adrenalina e frio na barriga é uma delícia de sentir, é viciante e estimulante.
Nesse tempo, pensou em algum momento em seguir outra carreira?
Como comecei com 8 anos e nunca tive uma pausa nos trabalhos desde então, a profissão de atriz diz quem sou. Eu me formei como criança, adolescente, uma jovem adulta e agora uma mulher nos estúdios e nos palcos. Minha existência está completamente relacionada com o meu ofício. Não dá para dissociar o que sou do que faço. Por isso, sempre foi impensável fazer outra coisa.
Teve algum momento de medo, de incerteza sobre a profissão?
Tenho o tempo todo. Mesmo tendo total consciência do meu privilégio de fazer parte de uma parcela mínima de artistas que conseguem viver inteiramente do trabalho artístico, sinto insegurança sobre o dia de amanhã. Não é uma profissão fácil, não adianta ter talento, é necessário ter vocação. No âmbito prático, a profissão é extremamente incerta, especialmente num país que não valoriza a cultura. É claro que tenho fases de me duvidar muito, me comparar com outros e desvalidar tudo que conquistei. Mas faço um exercício diário para me parabenizar por tantas reinvenções que fiz durante esses 29 anos de profissão. Fui muitas artistas nesse percurso, acreditei em muitos caminhos e me posicionei no mercado de várias maneiras. Gosto de pensar que sou uma "proletária da arte". Trabalho e estudo muito, levo muita a sério minhas escolhas profissionais, pois com elas sei que serei uma mulher melhor. Não é fácil ser mulher, consciente e artista no nosso país. O sistema da nossa sociedade faz com que a gente duvide todos os dias de nós, do que realizamos e queira desistir. E este é o ponto no qual devemos estar focadas e em completa atenção.
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