Dramaturgia Negra Brasileira

Afropunk não é o festival só da Bahia, mas do Brasil, diz Luiz Bandeira

Em entrevista ao Plugado, na Mirante FM, o produtor cultural e diretor da Cia. Gente de Teatro da Bahia, fala de teatro negro e da afinidade com o Maranhão

Pedro Sobrinho/ Jornalista

Atualizada em 04/12/2022 às 17h46
Luiz Bandeira: produtor e Companhia Gente de Teatro da Bahia. Foto: Divulgaçãocultural e diretor de teatro
Luiz Bandeira: produtor e Companhia Gente de Teatro da Bahia. Foto: Divulgaçãocultural e diretor de teatro (Diivulgação)

Participando do quadro TROCA DE IDEIA, no PLUGADO, na MIRANTE FM, o baiano LUIZ BANDEIRA, produtor cultural e diretor da Companhia Gente de Teatro da Bahia, trabalhando dramaturgia negra, há 30 anos festejados este ano, no TEATRO DO SESI.

No bate-papo que trocamos o AFROPUNK foi um dos assuntos. Para Bandeira, o festival é significativo não apenas para a Bahia, mas para o Brasil. Disse, ainda, que o mesmo nasceu da militância e que deve preservar as raízes.

- O Afropunk é o resultado da militância de 500 anos de luta desse país. Não é um privilégio só da Bahia. É um privilégio do Brasil. O Afropunk não pode esquecer as suas raízes, a sua militância. É um festival que envolve música, mas também e um festival de comportamento, união, contemplação, homenagens, momento de prazer entre as comunidades negra e branca (antirracista). É o momento de festejar e ter a certeza que estamos no caminho certo. O Afropunk, o Akomabu, no Maranhão, o Ilê Ayê, os blocos afro, de afoxés, na rua, os terreiros de candomblé, todo o movimento de cultura negra, as ONG´s, deve dizer eu existo, eu estou aqui e tenho que mudar a filosofia deste país - assegura.

Ativismo negro

Bandeira diz que usa o teatro negro como ferramenta de militância. Ele comenta, ainda, ser um privilegiado por ter nacido no Brasil e na Bahia, escola de grandes dramaturgos, dançarinos, intépretes, músicos, arranjadores. "Não e necessário buscar referências europeias. Tenho muita sorte de nascer no Brasil e na Bahia", complementa.

Dono de um ativismo cheio de personalidade, Bandeira afirma que o seu papel como diretor de teatro é criar e desenvolver valores da cultura negra. "O racismo deixa para o racista que criou e precisa eliminar o problema dentro dele", assegura.

Intercâmbio Cultural 

Quando perguntado sobre a afinidade com o Maranhão, ele disse que tem vários amores em São Luís, capital do Estado. Falou da sua passagem pela cidade com o espetáculo CIDADES DOS URUBUS. a paixão por São Luís é grande que ele manda recado. "Dizer o Maranhão que eu estou com espetáculo em Salvador. Estou esperando não no sentido de estar sentado, esperando a oportunidade pra manter este intercâmbio cultural, eu proponho, e lanço o desafio, que o CCN pense e leve produto da dramaturgia daqui pra São Luís e vice-versa. O intercâmbio é que reforça a nossa cultura - alerta.
 

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