IMPERATRIZ – O mês junino é marcado por diversas danças folclóricas, como as quadrilhas juninas, o cacuriá, o bumba meu boi e a dança do coco, que é típica da Região Nordeste. Com músicas e letras simples, há controvérsia com relação ao local de origem da dança do coco, uns dizem que foi no Estado do Pernambuco, outros citam a Paraíba. Há também quem defenda que a dança surgiu em Alagoas.
A dança tem influências indígena e africana, como boa parte das festas folclóricas do Brasil. A maioria dos folcloristas concorda, no entanto, que a dança do coco teve origem no canto das quebradeiras de coco, durante a procura pelo fruto na mata e que, só depois, se transformou em ritmo dançado.
No Maranhão, segundo o produtor cultural Osório Neto, a dança do coco era muito forte na Região dos Cocais, mas depois chegou a São Luís, onde hoje existem dois grupos folclóricos que fazem a dança do coco. Na comunidade do Anjo da Guarda, os grupos Coco Catolé e Coco Pirinã mantém viva a dança que representa o homem do campo, em especial, as quebradeiras de coco. Em Imperatriz, o Grupo Kizomba e a Cia Sotaque apresentam a dança do coco.
“Houve várias alterações na dança do coco ao longo dos anos. Já não é mais como antigamente, até porque é uma dança grande e já temos mais espaços para apresentações assim. Hoje, as apresentações duram em média 30 minutos e são dançadas uma ou duas músicas, no máximo”, afirma o produtor cultural.
A dança do coco é realizada em roda acompanhada de cantoria e executada em pares, fileiras ou círculos. Originalmente há um cantador que puxa as músicas, mas, atualmente, essa figura tem perdido espaço na dança.
Outra característica do coco de roda, como também é conhecida a dança do coco, é a cadência do som dos pés batendo no chão. A sonoridade é completada com as batidas do coco que os dançarinos carregam nas mãos. Adereços como o machadinho e o cofo também sempre aparecem nas rodas de dança.
“Os instrumentos tradicionais são o triângulo e a zabumba, mas hoje já foram incrementados com outros instrumentos, principalmente, os metais. A roupa é a tradicional de chita, com chapéu de palha. Usa-se também o machadinho e o cofo como adereços”, destaca Osório Neto.
A dança do coco apresenta uma coreografia básica: os participantes formam filas ou rodas onde executam o sapateado característico. Segundo Osório, são passos semelhantes ao xaxado. “É uma espécie de baião cruzado. A dança original é em roda, mas sofreu mudanças e, hoje, dançam de várias formas, e os brincantes até trocam umbigadas entre si. Em parte da dança as mulheres sentam no chão e usam os adereços para simularem a quebra do coco”, completa.
Hoje, a dança está presente em vários Estados brasileiros, porém perdeu muita representatividade, sobretudo, pela desvalorização da cultura do babaçu. A dança apresenta inúmeras variações, tanto nas estruturas coreográficas quanto nas músicas. Vale destacar que o ritmo contagiante do coco influenciou muitos compositores populares nordestinos como Chico Science, Alceu Valença e o cantor paraibano Jackson do Pandeiro, que começou a carreira tocando percussão em um grupo de coco com a mãe.
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