COLUNA
Pergentino Holanda
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Pergentino Holanda

PH: O Melhor Filme Internacional

E mais: Fernanda é uma vencedora

PH

Walter Salles e Fernanda Torres em momento de êxtase na festa do Oscar 2025

O Melhor Filme Internacional

O filme "Ainda Estou Aqui, que foi indicado em três categorias ao Oscar 2025, fez história ao vencer na categoria de Melhor Filme Internacional na noite do último domingo (2).

No entanto, ao ser anunciado o nome do filme, apenas o diretor Walter Salles subiu ao palco para receber o prêmio, sem a presença da protagonista Fernanda Torres.

Isso porque, conforme a tradição, o Oscar de Melhor Filme Internacional é entregue apenas aos produtores ou ao diretor da obra, e não ao elenco.

A mesma prática ocorre na entrega do prêmio de Melhor Filme, que também reconhece os produtores como os principais responsáveis pela conquista. A tradição remonta às origens da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, quando os produtores e outros profissionais nos bastidores eram considerados as figuras mais influentes da indústria cinematográfica.

Assim, foi o diretor de “Ainda Estou Aqui” quem subiu ao palco do Dolby Theatre, em Los Angeles, para receber a estatueta.

Fernanda é uma vencedora

Do ponto de vista emocional, é difícil para os brasileiros aceitarem que Fernanda Torres tenha perdido o Oscar de melhor atriz para Mikey Madison.

Estávamos todos convencidos de que a grande adversária de Fernanda seria Demi Moore, mas os eleitores da Academia optaram pela jovem protagonista de Anora.

Fernanda é uma vencedora. Porque, sem a sua atuação magistral, Walter Salles dificilmente ganharia o Oscar de melhor filme internacional.

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Do ponto de vista político, o Oscar recebido por Ainda Estou Aqui é mais importante, porque é simbólico. Premiou-se não só a direção de Walter Salles, mas também a atuação dos atores, dos técnicos, dos roteiristas e, por óbvio, o livro de Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens e Eunice.

Marcelo contou a história da mãe – esteio da família depois da morte do ex-deputado – e nela sintetizou o que se tem chamado de “uma página infeliz da nossa história”, copiando Chico Buarque em Vai Passar.

Quem assistir ao filme vai saber um pouquinho de como funcionava a máquina da repressão na ditadura. É um recorte, com foco na mulher que vai do conforto de uma vida tranquila em frente ao mar do Leblon para o pesadelo de uma prisão injusta e sem sentido. 

Apesar de a cena mais destacada do filme ser aquela da foto para a revista Manchete, em que ela diz “nós vamos sorrir, sorriam”, a mais impactante é a do banho depois de sair da prisão. É como se aquela bucha que Eunice esfrega no corpo magro e nos pés sujos limpasse e mandasse para o ralo a dor, a humilhação e o desespero, para renascer no dia seguinte como a mãe que terá de criar cinco filhos sem o marido e sem um atestado de óbito que confirme sua morte. 

Um novo projeto de Salles

Após ganhar o Oscar, Walter Salles dirige série documental sobre o craque paraense Sócrates.

“Ainda Estou Aqui” venceu como melhor filme internacional no Oscar 2025. O diretor Walter Salles responsável pelo longa, foi quem subiu ao palco para receber a estatueta em noite de premiação no Teatro Dolby, em Los Angeles. Ao retornar para o Brasil, Walter assume mais um trabalho, a finalização de um projeto. Ele está à frente de “Sócrates Brasileiro”, série documental sobre o ex-jogador de futebol, o paraense Sócrates. O jogador nasceu no Pará, mas foi em São Paulo que ganhou destaque, pelo futebol e militância. Foi ícone do Corinthians e da seleção brasileira.

Sócrates, em plena ditadura militar, criou uma democracia própria, subiu em palanques, lutou por direitos civis, empunhou bandeiras e faixas e fez dos gramados também um palco para o seu ativismo. 

A produção, já gravada, está na fase de montagem e será exibida pelo Globoplay. Com quatro episódios, a produção da VideoFilmes, de Salles, em parceria com a Anonymous Content Brasil.

O jogador foi morar ainda criança em Ribeirão Preto. E se formou como médico pela Universidade de São Paulo (USP), porém, teve destaque como atleta.

Sócrates jogou no Botafogo de Ribeirão Preto, mas foi no Corinthians que ele ganhou notoriedade, em pleno período de Ditadura Militar (1964 a 1985), não só pelo futebol que jogava, mas também pelas suas ações fora de campo.

Para o projeto, a família do jogador participa ativamente, assim como ex-jogadores e jornalistas. Entre os depoimentos confirmados estão Raí, irmão de Sócrates, Zico, Walter Casagrande Jr., e ex-jogadores da seleção italiana campeã da Copa de 1982. Jornalistas como Juca Kfouri e José Trajano também aparecem na obra.

Fernanda Torres chegando para a premiação com um lindo vestido Chanel

DE RELANCE

Maranhense na ONU

Engenheiro Civil formado pela UEMA e Secretário de Estado da Infraestrutura do Maranhão, Aparício Bandeira Filho está vivendo um momento especial por conta do sucesso do seu neto Luís Felipe Bandeira.

O jovem, que estuda relações internacionais na Universidade Portucalense, na cidade do Porto, Portugal, fez intercâmbio no Canadá e na França e fala fluentemente, além de português – é claro ! –, inglês, francês, espanhol e italiano.

Luiz Felipe, 19 anos, cursou até o Ensino Médio, no Colégio Dom Bosco, em São Luís.

Durante os dias 3 a 7 de fevereiro, o jovem maranhense teve a oportunidade de participar de uma simulação da organização das Nações Unidas, promovida pela federação nacional da ONU, a WFUNA.

Mas, afinal, o que é a simulação? É um evento acadêmico que basicamente reproduz o que acontece dentro das paredes do maior organismo internacional, e cada participante recebe um país para delegar e debater em cima das propostas e resoluções já feitas anteriormente por aquele Estado.

Luís Felipe Bandeira recebendo o “Diplomacy Awards”, na ONU

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Na edição de 2025, Luiz Felipe Bandeira fez parte do United Nations Environment Assembly, representando o Belize, um país localizado na América Central, e o tema debatido foi: “Triple Planetary Crisis”.

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Ao final dos quatro dias de debates intensos, onde teve a oportunidade de criar uma rede de networking com estudantes de outros países do mundo, ele foi honrado com o recebimento do “Diplomacy Awards”, que vangloriava os melhores delegados dentro de cada comitê. O prêmio foi entregue na sala da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.

Durante este Carnaval, Luiz Felipe desembarcou em São Luís para visitar a família e os amigos.

Novamente o jovem estudante maranhense com seus colegas de outros países

Visto para os Estados Unidos

Desde fevereiro de 2025, quem deseja tirar ou renovar o visto para os Estados Unidos precisa estar atento às mudanças implementadas pelo governo de Donald Trump.

A principal alteração foi a redução do prazo de renovação dos vistos de não-imigrantes de 48 meses para apenas 12 meses após o vencimento, impactando diretamente o turismo, os planos de viagem e a vida de imigrantes, inclusive do Maranhão.

A introdução do “gold card”, um visto exclusivo para estrangeiros ricos, e a exigência de registro para indocumentados acirram ainda mais o debate sobre as novas regras.

Especialista no assunto aponta que as mudanças trazem desafios e incertezas para maranhenses que frequentam os EUA, seja para turismo, seja para legalizar a situação migratória. A reformulação no processo de entrada e permanência no país altera as dinâmicas de visitação e imigração, principalmente em tempos de políticas mais rígidas de controle de fronteiras.

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O fim da flexibilização pandêmica: renovação anual de vistos, com a posse de Donald Trump, o governo dos Estados Unidos reduziu o prazo de renovação dos vistos de não-imigrantes de 48 meses para 12 meses.

A medida é um retorno ao padrão pré-pandêmico, antes da flexibilização das restrições durante a crise do COVID-19.  Para os maranhenses que costumam viajar com frequência, a mudança exige um planejamento mais constante e a preparação para a renovação dos vistos anualmente.

O controle mais rígido também pode impactar negativamente o turismo para os Estados Unidos, especialmente para os maranhenses, que viajam constantemente. A burocracia aumentada pode tornar o processo mais caro e demorado, desencorajando viagens de lazer, principalmente para famílias de classe média. 

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Segundo um especialista consultado por esta coluna, isso impacta diretamente para quem vai para Disney, Orlando, Miami, especialmente maranhenses, que também vão de maneira mais constante para esses destinos. 

Registro obrigatório para indocumentados: risco para imigrantes nos EUA. Uma das mudanças mais controversas introduzidas pelo governo Trump é a exigência de registro de imigrantes indocumentados.

Para aqueles que vivem ilegalmente nos Estados Unidos, a obrigatoriedade de registrar-se no governo americano pode ser vista como uma “faca de dois gumes”.

Ao se registrar, o imigrante está, de certa forma, se autodeclarando ilegal, o que pode resultar em deportações.

TRIVIAL VARIADO

Oscar 2025: Como esperado, o Maranhão e o Brasil pararam para assistir à histórica cerimônia do Oscar. Bares e restaurantes que apostaram no evento para atrair espectadores não tiveram do que reclamar.

No assunto: o ponto facultativo nas repartições públicas na segunda-feira garantiu a audiência, já que reduziu o número de trabalhadores que precisaram ir para cama mais cedo por causa do expediente.

Walter Salles: “Esse prêmio vai para ela: o nome dela é Eunice Paiva”, disse Walter Salles ao receber o Oscar.

Orgulho: famosos, anônimos, artistas e políticos usaram as redes sociais para celebrar a vitória do filme “Ainda Estou Aqui” no Oscar.

Improbidade: Juízes de todo o Brasil tem até 26 de outubro de 2025 para julgar um estoque de 36.268 processos que tratam de improbidade administrativa distribuídos até 26 de outubro de 2021.

Prescrição: a data-limite para o julgamento se refere ao prazo em que expira a prescrição intercorrente de quatro anos, estabelecida em decisão do Supremo Tribunal Federal.

Tome nota: o governo brasileiro abriu as inscrições para os jovens que desejarem participar de debates climáticos da COP 30, que será realizada de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém do Pará.

Tem mais: podem se inscrever jovens com nacionalidade brasileira e residentes no País, entre 18 e 35 anos, que tenham experiência em agendas sobre clima e meio ambiente, além de fluência em inglês.

Aviação civil: uma nova companhia aérea promete começar a operar no País até o final de março: a Avion Express Brasil.

Prazo de validade: foi revogada a obrigatoriedade de identificação individual, com carimbo, de ovos destinados ao consumo direto.

Portal: foi aprovada, na semana passada, pela Diretoria Colegiada da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), a primeira versão do Portal de Investimentos da região.

Tem mais: a ferramenta, que entra em operação na quinta-feira (6), disponibilizará informações para ajudar potenciais investidores na tomada de decisões quanto a investimentos na Amazônia Legal. O acesso poderá ser feito pelo site da Superintendência.

Energia: o Brasil registrou o maior pico de consumo de energia, na terça-feira (25), às 13h31, atingindo a marca de 105.850 MW de demanda no Sistema Interligado Nacional (SIN).

A propósito: a usina de Belo Monte, no rio Xingu, foi a hidrelétrica que mais contribuiu para o atendimento nacional, gerando, sozinha, 7.759,2 MW.

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