Violência

Confronto entre trabalhadores rurais e policiais deixa feridos em Açailândia

A empresa Suzano conseguiu a reintegração de posse da área, mas trabalhadores voltaram a ocupar a fazenda.

Imirante.com

Atualizada em 08/06/2023 às 00h49
Cerca de 500 famílias estão organizadas na fazenda São Bento, em Açailândia.
Cerca de 500 famílias estão organizadas na fazenda São Bento, em Açailândia. (Divulgação)

AÇAILÂNDIA - Trabalhadores rurais seguem acampados nesta quarta-feira (7) na fazenda São Bento, zona rural de Açailândia, mesmo após o confronto com policiais militares que resultou em feridos.

Na noite de terça-feira (6), a polícia alega que foi recebida a tiros após o bloqueio da estrada que dá acesso ao acampamento e outras comunidades, e revidaram com spray de pimenta e armas não letais. Nesta quarta, os trabalhadores recolheram várias cápsulas que eles dizem ter sido disparadas pelos PMs. Segundo a polícia, três militares ficaram feridos, e um atingido na perna deu entrada no hospital de Açailândia. Trabalhadores também foram atingidos com bala de borracha, e uma moto foi incendiada.

O conflito na área começou com a ocupação em 2020, mas a empresa Suzano já conseguiu duas decisões de reintegração de posse, a última delas cumprida no dia 25 de abril. Perícias feitas na área apontam que as famílias fizeram queimadas e desmatamento. 

Ontem (6), os trabalhadores ocuparam novamente a fazenda alegando que foram retirados, mas não colheram os frutos da plantação na área. Cerca de 500 famílias estão organizadas em duas associações que buscam um pedaço de terra no local.

O impasse segue com a resistência das famílias em barracos novamente improvisados na fazenda.

A Suzano se manifestou em nota. Veja na íntegra:

A empresa informa que está sendo novamente alvo de invasores profissionais em propriedade privada, no município de Açailândia – MA. Esta área é produtiva e já foi objeto de duas reintegrações recentes, em novembro de 2022 e em abril deste ano.

Os invasores, mais uma vez, persistem em desrespeitar as diversas decisões judiciais que reconheceram a ilegalidade da invasão e repetem o crime. Além disso, os invasores praticam o desmatamento de floresta nativa em bioma amazônico, que é preservada pela companhia proprietária da fazenda. Essa é mais uma atividade ilegal que gera danos ao meio ambiente e às comunidades do entorno.

A empresa lamenta o ocorrido e reforça que segue rigorosamente a legislação brasileira e continuará atuando em suas atividades econômicas para contribuir com o desenvolvimento sustentável do Brasil.

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