BRASIL - Nesta terça-feira (27), a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) apresentou um panorama das ações de fortalecimento da saúde indígena no Brasil. O balanço foi apresentado durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados, que abordou as iniciativas do Ministério da Saúde no enfrentamento da crise humanitária nos territórios dos povos Yanomami e Ye'kuana.
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Durante seu discurso, o secretário da Sesai, Weibe Tapeba, relembrou que, ao assumir a gestão, o cenário encontrado no território Yanomami, uma das maiores terras indígenas do país, era extremamente desafiador. A crise sanitária e humanitária, provocada pela invasão do garimpo ilegal e pelo corte de quase 60% do orçamento, agravou a situação de calamidade.
“Além do déficit de recursos, enfrentamos diversos vazios assistenciais. A dificuldade de acesso e as longas distâncias, a falta de apoio de instituições externas, o fechamento de mais de sete unidades de saúde, o desabastecimento de insumos essenciais e a limitação de recursos humanos foram alguns dos problemas que encontramos”, destacou.
Contudo, em um ano e meio de trabalho, a Sesai alcançou avanços significativos, não apenas para o povo Yanomami, mas para todos os povos originários do Brasil. Segundo Weibe, medidas essenciais foram implementadas para restabelecer a situação no território, começando pela criação do Centro de Operação de Emergências (COE).
Entre as realizações, houve a reabertura de todos os Polos Base que estavam fechados, a construção e reforma de 11 Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI), a incorporação de mais de cinco mil indígenas aos serviços de saúde e o fortalecimento da Força de Trabalho, com a contratação de quase 1,5 mil profissionais de saúde.
“Estamos assegurando a resolutividade das ações, que vão desde o saneamento até a intensificação da telessaúde e ações de recuperação nutricional. No que se refere à imunização, por exemplo, registramos um aumento de 47,5% na disponibilização de vacinas e recentemente celebramos um contrato de gestão com a AgSUS para incrementar ainda mais a força de trabalho existente”, ressaltou.
Weibe Tapeba concluiu explicando que a atual gestão dispõe de um dos maiores orçamentos da história da Sesai, com um incremento de mais de R$ 1 bilhão em recursos. No entanto, ele destacou que ainda é necessário investir mais.
“Os avanços conquistados até agora demonstram nosso compromisso em reconstruir e fortalecer cada vez mais a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI). Estamos falando da maior terra indígena do Brasil, que atualmente abriga mais de 32 mil indígenas. Continuamos com a busca ativa por pacientes, com investimentos amplos em tratamentos de saúde e com a implementação de diversas outras ações de enfrentamento à crise. Ainda há um longo caminho a percorrer, mas, sem dúvida, estamos no caminho certo”, concluiu.
O evento contou com a presença de diversos parlamentares e foi organizado pela Subcomissão Especial para Acompanhamento das Ações do Governo Voltadas à Proteção dos Yanomami (Subyanom), em parceria com a Comissão da Amazônia, dos Povos Originários e Tradicionais.
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