Saúde

Alerta: mpox não é efeito colateral da vacina contra covid-19

Pessoas que apresentam sintomas devem procurar imediatamente uma unidade básica de saúde.

Ministério da Saúde

Não há nenhum dado científico ou qualquer evidência que permita afirmar qualquer ligação entre mpox e vacinação. 
Não há nenhum dado científico ou qualquer evidência que permita afirmar qualquer ligação entre mpox e vacinação.  (Foto: reprodução)

BRASIL - Após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar, em 14 de agosto deste ano, a mpox como emergência de saúde internacional, diversos conteúdos falsos sobre a doença começaram a circular nas redes sociais. Entre eles, a afirmação de que a mpox é efeito colateral da vacina contra a covid-19.

O conteúdo é falso. Não há nenhum dado científico ou qualquer evidência que permita afirmar qualquer ligação entre mpox e vacinação.  

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Trata-se de uma doença viral zoonótica transmitida aos seres humanos por meio de contato com pessoas infectadas ou materiais contaminados. Ela é causada pelo vírus MPXV, pertencente ao gênero Orthopoxvirus e à família Poxviridae. Ela não é um efeito colateral das vacinas contra a covid-19 ou de qualquer outra vacina.  

Todas as pessoas que apresentarem sintomas de mpox (erupções cutâneas ou lesões de pele; adenomegalia [ínguas]; febre; dores no corpo; dor de cabeça; calafrio; fraqueza) devem procurar imediatamente uma unidade básica de saúde (UBS) e adotar as medidas de prevenção.  

É importante lembrar que desde a Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional ESPII para mpox ocorrida, em 2022, as ações de vigilância para a doença se mantiveram como prioridade no Ministério da Saúde, que já vinha acompanhando com atenção a situação da doença no mundo e monitorando as informações compartilhadas pela OMS e por outras instituições.  

Mpox e herpes-zóster  

Um vídeo de 2022 que traz uma entrevista com o médico alemão Wolfgang Wodarg voltou novamente a circular na internet. O médico reforça a desinformação que a mpox é, na verdade, herpes-zóster, um dos efeitos colaterais mais frequentes da vacina da covid-19 e coloca dúvidas sobre a segurança e eficácia da vacina.  

É preciso entender que o herpes-zóster e a mpox são causados por vírus diferentes. Além disso, o herpes-zóster é causado pelo vírus da varicela zóster (VZV), já a mpox é causada pelo orthopoxvirus da família Poxviridae. O VZV é um dos nove vírus de herpes conhecidos e o mesmo que causa a catapora. Já o vírus da mpox é da família Poxviridae, a mesma que causa a varíola. Isso significa que os vírus pertencem a grupos diferentes e não é possível confundir os dois do ponto de vista morfológico.  

O vídeo com o depoimento de Wodarg tem a logomarca “AUF1” no canto direito superior, que faz referência a uma emissora de televisão alemã independente. No site da emissora, é possível encontrar o vídeo original, com duração de 45 minutos, e um texto de apresentação que questiona a relação entre mpox e efeitos colaterais das vacinas covid-19 e convida os internautas a assistir à entrevista.  

Ainda no site da AUF1, no menu “Über uns”, que significa “quem somos”, em tradução livre, há na descrição que temas como vacinação obrigatória, histeria climática e transumanismo são abordados na programação.  

Importância da vacinação  

O atual cenário da covid-19 no país, com a redução de casos graves e óbitos em comparação aos primeiros anos da pandemia, é resultado de uma campanha de vacinação eficaz.  

As vacinas desenvolvidas para combater a doença foram submetidas a rigorosos testes clínicos e revisões antes de serem aprovadas. A segurança e eficácia das vacinas são atestadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e principais agências reguladoras, como FDA (EUA), EMA (Europa) e Anvisa (Brasil).  

Combate à desinformação  

O programa Saúde com Ciência é uma iniciativa interministerial de combate à desinformação na área da saúde e de valorização da ciência. A estratégia é promover informações íntegras e responder, de maneira preventiva, os efeitos negativos das redes de desinformação.  

Antes de repassar qualquer conteúdo, verifique se a fonte é confiável e procure a informação em sites oficiais. Desconfie de conteúdos sensacionalistas e que representam teorias da conspiração sem nenhum embasamento na realidade.

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