Controle de mídias

Lula quer projeto para autorizar a remoção de conteúdo das redes sociais

O objetivo do governo é fazer com que publicações sejam removidas se for considerada a violação de leis já existentes, sem a necessidade de decisão judicial.

Ipolítica, com informações da Folha de S. Paulo

Lula planeja regular redes sociais com remoção de conteúdo sem decisão judicial
Lula planeja regular redes sociais com remoção de conteúdo sem decisão judicial (Valter Campanato / Agência Brasil)

BRASÍLIA - O governo do presidente Lula (PT) intensificou a discussão de um projeto para regular plataformas digitais e remover conteúdo das redes sociais. O projeto também define responsabilidade das empresas sobre todo e qualquer tipo de conteúdo publicado por internauta. 

O objetivo do governo é fazer com que publicações sejam removidas se for considerada a violação de leis já existentes. Há também a justificativa de combate a discursos de ódio e desinformação em massa. 

A intensificação de conversas sobre o tema ocorreu depois de o governo ter acumulado forte desgaste na crise do Pix e depois de a Meta ter anunciado a decisão de flexibilizar controles de conteúdo em suas próprias plataformas, como Facebook e Instagram. 

Desde o início do mandato Lula tem tentado aprovar mecanismo de controle das mídias digitais, mas sem sucesso. Ele acumulou derrota no Congresso Nacional ao tentar aprovar o projeto de lei das Fake News, e agora busca outras alternativas. 

O novo projeto em discussão prevê que as plataformas estejam submetidas a um dever de precaução, semelhante ao modelo europeu do "dever de cuidado", com a atribuição de remover conteúdo considerado criminoso, sem necessidade de decisão judicial. Caberia ao próprio governo fiscalizar o cumprimento geral das regras pelas empresas.

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Oposição critica

O modelo de controle, contudo, é criticado pela oposição por se aproximar ao já aplicado por países em que a liberdade de expressão foi tolhida, e onde há regime ditatorial. 

A oposição no Congresso entende que remover conteúdo sem decisão judicial, e sob uma análise unilateral do próprio governo, é uma ameaça ao livre exercício de pensamento no país. 

Já o governo entende que as próprias plataformas podem fazer o controle de conteúdo, sob a fiscalização do governo, sem prejuízos à liberdade. 

O tema deverá ser amplamente discutido, mais uma vez, no Congresso Nacional. 

No Suprem Tribunal Federal (STF), contudo, há defesa pública de ministros à regulação das redes sociais. 

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