Defesa

Defesa do coronel Marcelo Câmara nega monitoramento de Moraes

Advogado de coronel afirmou que ele utilizou fontes abertas para identificar localização de ministro do STF e sustenta inocência.

Informações do g1

Alexandre de Moraes pode ter sido monitorado
Alexandre de Moraes pode ter sido monitorado (Antonio Augusto / STF)

BRASÍLIA - O advogado de Marcelo Câmara, Eduardo Kuntz, negou que o seu cliente tenha cometido o monitoramento ilegal do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Na defesa, ele afirmou que "não era habitual chamar Moraes de professora".

"Não era habitual chamar Moraes de 'professora'. Não tem outra coisa a não ser pedir desculpas por ter usado essa palavra", disse.

O termo "professora" para se referir ao ministro do STF, segundo Kuntz, foi utilizado por Cid em uma conversa com Câmara, e que seu cliente apenas respondeu ao ex-ajudante. A defesa também afirma que Câmara, ao responder, não possuía o endereço de Moraes. 

"Ele responde apenas a cidade onde ele está, São Paulo, que era o que havia nas fontes abertas", destaca.

"Câmara usou fontes abertas para monitorar Moraes. Ele usou a própria agenda aberta do ministro para saber onde ele estava. Ele usou pesquisas na internet, verificando não necessariamente a agenda oficial. Em momento algum esse monitoramento foi feito de forma sofisticada, como aponta o relatório da Polícia Federal (PF)", afirmou Kuntz ao Estudio i.

Na última quinta-feira (6), os advogados de Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL) apresentaram sua defesa ao STF. As acusações estão ligadas à investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) sobre uma suposta trama golpista para impedir a posse de Lula (PT), então presidente eleito, em 2022.

"O encontro não era oficial, não estava na agenda. Moraes não queria que fosse divulgado. Por conta disso, era necessário fazer um acompanhamento mais próximo, saber se estava na cidade, se estava livre, para saber se esse encontro [com Bolsonaro] aconteceria", disse Kuntz.

Ele também negou que Câmara fará uma delação premiada. "Só faz delação quem é culpado de algo, assim como Mauro Cid o fez. Câmara sob hipótese alguma fará uma delação porque tem todo o interesse de esclarecer as coisas e não tem nada de errado nas suas ações", pontuou.

 

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