Maranhão fica em penúltimo no ranking de inovação dos estados da federação
Levantamento do INPI mostra que nenhum estado do Nordeste configura entre os dez primeiros colocados. Maranhão, mais uma vez amarga as últimas colocações.
MARANHÃO - Em levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) revela que o Maranhão, está entre os estados com o pior desempenho em relação à inovação entre os estados brasileiros. Entre 2014 e 2024, o Maranhão, mesmo apresentando um crescimento de 2 pontos, o estado emplaca a penúltima posição no ranking, a frente apenas do Acre.
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O levantamento mostra, ainda, que nenhum estado do Nordeste configura entre os dez primeiros do ranking. O Maranhão, fica nas últimas colocações. Em 2024, o estado era o 25º colocado, com 0,123 pontos. Desta vez, em meio à gestão de Flavio Dino e de seu sucessor, o atual governador Carlos Brandão (PSB), o estado está na penúltima posição, com 0,125 pontos.
Na avaliação do economista chefe do INPI, Rodrigo Ventura, esse cenário em relação ao Nordeste se dá, entre outros fatores, pelo resultado das dimensões que compõe o chamado macroambiente - que tornam o estado mais ou menos propício à atividade inovativa.
“Os estados do Nordeste, em termos relativos, comparativos a outros estados, não vão muito bem em dimensões como ambiente institucional, ambiente regulatório, infraestrutura geral, notadamente tecnologias ou acesso a tecnologias da informação e comunicação; e também não vão bem em termos de qualificação da força de trabalho”, considera.
Em 2014, o pior desempenho foi obtido pelo estado de Alagoas, que ocupou a última posição do ranking, com 0,121 pontos. No ano passado, a unidade da federação conseguiu subir seis colocações, fechando 2024 em 21°, com 0,143 pontos. No balanço mais recente, a última posição foi ocupada pelo Acre, que caiu quatro posições, com 0,111 pontos.
O Imirante.com conversou com Roberto Serra, professor de Administração e Diretor da Agência de Inovação e Empreendedorismo da Universidade Estadual do Maranhão. O professor conta que a inovação, no contexto do levantamento do INPI, se refere à capacidade de transformar conhecimento em soluções aplicáveis que gerem impacto econômico e social. O INPI avalia o nível de inovação dos estados considerando variáveis como:
- Número de pedidos de patentes e registros de propriedade intelectual
- Interação entre universidade e setor produtivo
- Investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D)
- Ambiente de inovação e infraestrutura para desenvolvimento tecnológico
- Grau de industrialização e demanda por inovação, entre outros.
Para ele, os principais fatores que explicam o baixo desempenho do Maranhão no ranking da inovação no Brasil, se devem a, por exemplo, do “baixíssimo nível de industrialização e Investimentos e financiamentos desconectados das necessidades do mercado”
Entre os fatores posso citar o baixo direcionamento de recursos para inovação nas universidades, que impacta diretamente a quantidade e qualidade das pesquisas aplicáveis e o número de patentes registradas. A baixa conexão entre a pesquisa acadêmica e a realidade socioeconômica, que reduz a interação entre universidades e setor produtivo, limitando a absorção da inovação pela economia. Baixíssimo nível de industrialização, que reduz a demanda por novas tecnologias e o incentivo à inovação dentro do estado. Falta de conhecimento dos setores produtivos sobre as potencialidades da academia, que enfraquece o ambiente de inovação e a colaboração universidade-indústria, e também os investimentos e financiamentos desconectados das necessidades do mercado que dificulta a aplicação prática das pesquisas desenvolvidas.Roberto Serra
Para melhorar o posicionamento do Maranhão no ranking do INPI e fortalecer a inovação, é necessário um conjunto de ações estratégicas, segundo o professor, como:
- Criar incentivos para as indústrias locais utilizarem tecnologia desenvolvida nas universidades do estado, fortalecendo a relação universidade-empresa.
- Acelerar a consolidação do ecossistema de inovação maranhense, investindo no modelo de tríplice hélice e fomentando ambientes de inovação como incubadoras, parques tecnológicos e hubs de startups.
- Promover uma cultura de inovação dentro das universidades, incentivando pesquisas com impacto real no mercado e na sociedade.
- Aumentar a industrialização do estado, criando um ambiente mais propício à absorção de tecnologia e inovação.
- Aproximar os setores produtivos da academia, mostrando como a ciência pode gerar soluções para desafios reais do estado.
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