Aprovado em comissão

Senado avança com projeto de proibição do aborto após 22ª semana

Projeto de Lei foi aprovado na Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal e proíbe aborto após a 22ª semana

Ipolítica, com informações do g1

Senado vota projeto que proíbe aborto depois de 22 semanas de gestação
Senado vota projeto que proíbe aborto depois de 22 semanas de gestação (Foto: Arquivo/MDS)

BRASÍLIA - A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (15) o Projeto de Lei (PL) 2.524/2024, que proíbe o aborto após a 22ª semana de gestação mesmo em casos de anencefalia e estupro. Nessas situações, assim como nos casos de risco de morte da mãe, o texto prevê a possibilidade de antecipação do parto caso a gestação já tenha ultrapassado a 22ª semana. 

Do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), o projeto teve como relator Eduardo Girão (Novo-CE) e segue para análise da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

A matéria ainda será apreciada pelas comissões de Assuntos Sociais (CAS) e de Constituição e Justiça (CCJ). Somente depois disso, irá ao Plenário da Casa.

A proposta modifica o atual Código Civil e estabelece que, após a 22ª semana de gestação, o nascituro terá direito "inviolável ao nascimento sadio e harmonioso".

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O projeto de lei impede que, a partir da 23ª semana, sejam realizados abortos, mesmo hipóteses permitidas atualmente pela legislação e pelo Supremo Tribunal Federal (STF): risco à vida da mãe, gravidez resultante de estupro e fetos anencéfalos.

Segundo a proposta, em vez do aborto, terá de ser realizada uma antecipação do parto.

Nos casos em que houver comprovado "risco grave à vida da gestante", o texto determina que, além do parto antecipado, deverão ser adotados esforços para manter a vida do feto.

Movimentos contra o aborto trabalham há anos pela proposta 

Há anos, alas do Congresso defendem o avanço de propostas que restrinjam o aborto. Textos semelhantes avançaram tanto na Câmara quanto no Senado, mas acabaram perdendo força diante de mobilizações populares.

Em 2023 deputados e senadores chegaram a criar uma Frente Parlamentar Mista contra o Aborto. No Senado, restrições à interrupção da gravidez são defendidas, por exemplo, por Damares Alves (Republicanos-DF) e Eduardo Girão (Novo-CE) — respectivamente, presidente da Comissão de Direitos Humanos e relator da proposta que proíbe o aborto após a 22ª semana.

Texto reconhece a vida intrauterina com dignidade humana

O texto aprovado pela CDH reconhece a "vida intrauterina" como uma "expressão da dignidade humana". Também assegura direitos aos fetos, estabelecendo que o Estado tem de defendê-los, inclusive, por meio de curadores especiais e da Defensoria Pública.

Atualmente, a legislação brasileira reconhece o aborto como crime, prevendo punições a mulheres e a profissionais de saúde que realizarem o procedimento.

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