BRASIL - O presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, foi liberado após pagar fiança, poucas horas depois de ter a prisão decretada durante sessão da CPMI do INSS, na madrugada desta terça-feira (4).
A ordem de prisão foi determinada pelo presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), que acusou o sindicalista de falso testemunho durante o depoimento. O episódio ocorreu após longas horas de sessão, marcada por tensão e acusações diretas.
“Determinei a prisão em flagrante do senhor Abraão Lincoln Ferreira da Cruz pelo crime impróprio de falso testemunho, que trata o inciso dois do artigo quarto da Lei nº 1.579/52”, declarou o senador Carlos Viana ao encerrar os trabalhos.
Prisão durante investigação de fraudes no INSS
A prisão está ligada às investigações da CPMI do INSS, que apura um esquema de fraudes envolvendo entidades sindicais e associações de aposentados, revelado por uma série de reportagens do portal Metrópoles.
As matérias mostraram que as entidades arrecadaram cerca de R$ 2 bilhões em um ano com descontos indevidos de mensalidades em benefícios de aposentados. As denúncias levaram à criação da Operação Sem Desconto, deflagrada em abril pela Polícia Federal, e culminaram na demissão do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Falso testemunho e contradições
Durante seu depoimento, Abraão Lincoln negou conhecer o tesoureiro da CBPA, Gabriel Negreiros. No entanto, o senador Viana apresentou uma foto de ambos em um batizado, onde Negreiros aparece como padrinho de um dos netos de Lincoln.
Além disso, a CPMI apontou a existência de transferências bancárias de R$ 5 milhões de Lincoln para Negreiros. Diante das evidências, o senador determinou a prisão em flagrante do dirigente sindical.
“Há provas e contradições graves no depoimento. O senhor Abraão Lincoln precisa responder pelos fatos apresentados”, afirmou Viana.
Liberdade mediante fiança
Após ser levado pela Polícia Legislativa do Senado, Abraão Lincoln pagou fiança e foi liberado ainda na manhã desta terça-feira (4). O valor da fiança não foi divulgado oficialmente.
A defesa do sindicalista informou que ele nega as acusações e vai colaborar com as investigações. Mesmo em liberdade, Abraão Lincoln continua respondendo ao processo e poderá ser novamente convocado pela CPMI.
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