BRASIL – No Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial, comemorado hoje (21), o Ministério Público do Trabalho (MPT) chama a atenção para a discriminação que atinge mais mulheres e negros no mercado de trabalho.
Atualmente, mulheres e negros são vítimas com mais frequência de práticas que prejudicam o crescimento profissional, afetam a dignidade e acabam se refletindo em salários menores.
Segundo a procuradora MPT Lisyane Chaves Motta, o problema se materializa no trabalho diferenciado, no corte de promoções e em assédios moral e sexual. “As pesquisas das próprias empresas indicam que, se tratando de negras, a situação é ainda pior”, alertou.
Para enfrentar o problema, a procuradora sugere, como primeiro passo, que as empresas descubram, por meio de censo interno, o perfil dos trabalhadores. Acrescentou que, com base na autodeclararão, é possível levantar quantos são negros, mulheres e pessoas com deficiências, de modo a comparar com os dados populacionais das localidades onde estão instaladas.
Lisyane Motta afirmou que as empresas que decidirem estudar o perfil de seus profissionais podem traçar medidas para enfrentar a discriminação e combater preconceitos mais comuns no dia a dia, além de pensar benefícios para atender o trabalhador e reter talentos.
“As empresas se surpreendem com esses levantamentos, porque, não necessariamente, há uma deliberação ou intenção racista ou machista. Ou seja, a empresa não se dá conta dessas barreiras”, explicou.
Para Lisyane, outro problema que empresas precisam reconhecer para criar um ambiente saudável com ganhos de produtividade é o assédio, do qual as mulheres e negras também são vítimas recorrentes.
Para denunciar qualquer tipo de discriminação, preconceito ou assédio no trabalho, a vítima deve recorrer ao sindicato da categoria, ao MPT ou à Justiça do Trabalho. Nesses locais, receberá orientações sobre tipos de provas que devem ser apresentadas e como solicitar indenizações.
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