SÃO LUÍS - Jefferson de Oliveira Gomes, diretor de Inovação e Tecnologia do SENAI DN, participou do Seminário “Descarbonização na Indústria e o Mercado de Crédito de Carbono”, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA). Ao falar dos “Desafios da descarbonização no país”, ele defendeu uma maior representação do setor industrial, com uma economia mais limpa, com biotecnologia aplicada e uma economia circular bem definida.
Militante no Fórum Econômico Mundial há uma década, Jefferson abordou aspectos sociais e culturais da Indústria 4.0. Ele salientou que 75% dos programas de digitalização feitos nos últimos 10 anos naufragaram. Isso porque as pessoas não sabem utilizar os equipamentos que estão nas fábricas; pelas dificuldades com métodos organizacionais e porque os C-levels, pessoas que estão nos cargos mais altos das empresas, têm entre 45 e 50 anos, ou seja, não são nativos digitais.
O diretor de Inovação e Tecnologia do SENAI DN, que também presidiu o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, lembrou que apesar da pandemia o ano de 2020 não será lembrado como o ‘ano da peste’, mas como o ano no qual pela primeira vez na história a população com mais de 65 anos superou a de habitantes com até cinco anos.
“A lógica se inverteu e hoje, com o envelhecimento da população, temos que estudar uma vida toda para ter uma profissão. A longevidade aumentou e a taxa de natalidade brasileira diminuiu e isso impacta a lógica de negócios, de consumo”, explicou.
Ele acrescentou que o nosso formato econômico é baseado em consumo e nós não vamos mudar isso. Para Jefferson, cumprir os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) significa trazer para a zona de consumo 1 bilhão de pessoas que passa fome no planeta. A produção de alimentos crescerá 35%, será necessário 40% mais de água e 50% mais de energia. “A geração de energia é um jogo de negócios e não apenas uma questão ambiental”, salientou.
Jefferson ressaltou que produzir de forma disruptiva vai depender também de política de Estado, com compromissos que gerem uma nova infraestrutura, novos conteúdos de pessoas (o que chamávamos antes de mão de obra) e desenvolvimento de novos negócios com suas regulações e legislações.
Ele disse estar esperançoso porque o Brasil passa por um processo interessante, tem energia e bio oportunidades em áreas como produção de combustíveis, de insumos químicos e de cosméticos, apenas para citar alguns exemplos. “Apesar de o setor industrial representar apenas 9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, a indústria tem um valor agregado e diferenciado que pode crescer bastante com um processo de neoindustrialização, tornando-se competitiva’, finalizou.
Para saber mais sobre o Seminário “Descarbonização na Indústria e o Mercado de Crédito de Carbono”, acesse gravação na íntegra no canal do Sistema FIEMA no Youtube.
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