Lei é simbólica

Cidade japonesa limita uso de dispositivos digitais a duas horas por dia

Lei que entrou em vigor nesta quarta-feira (1º) fará de Toyoake uma das primeiras cidades do Japão a tentar usar a plataforma do governo para fazer com que seus cidadãos desliguem seus celulares.

Imirante.com

Atualizada em 02/10/2025 às 16h21
Toyoake  limita o uso de dispositivos digitais a até duas horas por dia.
Toyoake limita o uso de dispositivos digitais a até duas horas por dia. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

TOYOAKE — A cidade de Toyoake, localizada em um subúrbio industrial do Japão, aprovou uma lei que limita o uso de dispositivos digitais a até duas horas por dia. A proposta, idealizada pelo prefeito local, foi aprovada por 12 votos a 7 na Assembleia Municipal e entrou em vigor nesta quarta-feira (1º).

Com cerca de 68 mil habitantes, Toyoake se torna uma das primeiras cidades japonesas a adotar uma medida oficial para tentar reduzir o tempo de tela entre seus moradores. A nova regra, no entanto, não se aplica ao uso de dispositivos durante o trabalho ou em atividades escolares.

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Lei é simbólica e não prevê punições

Segundo autoridades municipais, a lei tem caráter simbólico e não haverá fiscalização ou penalidades para quem ultrapassar o limite de duas horas diárias. Ainda assim, no Japão, há uma forte cultura de respeito às diretrizes oficiais, e os líderes locais esperam que a população adote voluntariamente o novo comportamento.

“É muito triste terminar o dia olhando para o smartphone o tempo todo em casa. Espero que os cidadãos mudem de comportamento”, declarou o prefeito ao jornal americano The New York Times.

Objetivo é promover bem-estar e convivência familiar

A iniciativa busca incentivar hábitos mais saudáveis, como dormir melhor e passar mais tempo com a família. O prefeito, que é pai de duas crianças de 7 e 10 anos, afirmou que a proposta surgiu da preocupação com o excesso de tempo que crianças e adultos passam diante das telas.

Entre os objetivos da medida estão:

Reduzir o tempo de exposição a telas fora do ambiente profissional e escolar

Estimular a comunicação entre familiares

Promover mais horas de sono e descanso

Incentivar atividades presenciais e comunitárias

População reage com críticas e petição online

Apesar da intenção positiva, a lei gerou controvérsia entre os moradores. Autoridades locais receberam centenas de telefonemas e mensagens com críticas, e uma petição pedindo a revogação da medida circula pelas redes sociais.

Alguns cidadãos alegam que o governo está se intrometendo em decisões pessoais e que o controle do tempo de tela deve ser responsabilidade individual ou familiar.

“Não me importo nem um pouco em enfrentar críticas. Só quero que as famílias tenham mais tempo para se comunicar e que mais pessoas durmam mais”, reforçou o prefeito.

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