Retorno

Palestinos começam a retornar para uma Gaza devastada

Maioria dos civis ficou desalojada durante os 15 meses de guerra.

Agência Brasil

Logo após o início do cessar-fogo, os primeiros caminhões com ajuda humanitária entraram em Gaza, conforme informou um representante da ONU para os Territórios Palestinos na rede social X. (Foto: divulgação)

PALESTINA - Após o início do cessar-fogo entre Israel e o Hamas e a libertação de três reféns israelenses, milhares de palestinos começaram a retornar à Faixa de Gaza. Eles chegam em diversas condições, a pé, em caminhões, barracas ou até em carroças puxadas por burros, com destino principalmente às áreas do norte do território palestino, atravessando locais completamente devastados.

Logo após o início do cessar-fogo, os primeiros caminhões com ajuda humanitária entraram em Gaza, conforme informou um representante da ONU para os Territórios Palestinos na rede social X.

"Não esperávamos tanta destruição. Estávamos construindo nossa casa há 20 anos e ela foi destruída em um instante", relatou um homem à AFP, em Rafah. Durante os 15 meses de bombardeios israelenses, a maioria dos civis na Faixa de Gaza ficou desalojada, com o objetivo de eliminar os militantes do Hamas, responsáveis pelo ataque a Israel em 7 de outubro de 2023.

A primeira trégua entre Israel e o Hamas começou neste domingo (19), com um atraso de três horas. O governo de Benjamin Netanyahu condicionou o cessar-fogo à entrega de uma lista com os nomes dos reféns que seriam libertados. Durante esse período, Israel realizou um novo bombardeio, que resultou em pelo menos 17 mortos.

O Hamas explicou o atraso como um problema técnico e divulgou uma lista com três mulheres civis, que foram libertadas por volta das 11h (horário de Brasília) de hoje. As mulheres são: Romi Gonen, 24 anos; Doron Streinbrecher, 31; e Emily Damari, 28, com dupla cidadania israelense e britânica.

Pelos termos do acordo, Israel se compromete a liberar 90 prisioneiros palestinos, incluindo mulheres e crianças. Um alto responsável do Hamas indicou que a próxima libertação de reféns israelenses será realizada "no próximo sábado", conforme declarou à agência de notícias francesa, AFP, sob anonimato.

Desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, 46.788 pessoas morreram na Faixa de Gaza, conforme informações do Ministério da Saúde local. O ataque do Hamas a Israel naquele dia causou mais de 1.200 mortes e 251 reféns sequestrados.

Israel

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Em Israel, centenas de pessoas se reuniram na Praça dos Reféns, em Tel Aviv. Alguns aplaudiam, enquanto outros choravam, assistindo à transmissão ao vivo da primeira libertação dos reféns sob o acordo de cessar-fogo. O exército israelense divulgou um vídeo mostrando os familiares dos reféns reunidos em uma instalação militar, emocionados ao ver as imagens da entrega dos reféns às forças israelenses antes de serem trazidos de volta para Israel.

"Seu retorno hoje representa uma luz na escuridão, um momento de esperança e a vitória do espírito humano", afirmou o Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos, um grupo que representa familiares de reféns.

Olaf Scholz e Macron

O chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron, pediram o cumprimento do cessar-fogo entre Israel e o Hamas e enfatizaram a importância de uma coexistência pacífica entre Israel e o Estado palestino.

Biden

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, saudou o cessar-fogo em Gaza, destacando que o acordo que ele propôs em maio foi finalmente concretizado, resultando em uma "região fundamentalmente transformada".

Conselho Europeu

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou que é com "alívio" que vê os primeiros reféns israelenses sendo libertados, reforçando que "a paz é o único caminho a seguir".

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