SÃO LUÍS – O Bom Dia Mirante mostrou, nesta quarta-feira (5), a situação da saúde pública no Maranhão. Ontem (4), você viu o desespero de uma mãe que, mesmo tendo plano de saúde, não conseguiu internar a filha grávida de nove meses.
Veja, ao lado, na reportagem de Werton Araújo e Francisco Batalha.
A orientação que ela recebeu do plano de sáude foi para pagar os R$ 4 mil que o hospital exigia e que, depois, o plano devolveria esse dinheiro a ela. Se as coisas não andam boas na rede particular de saúde, como andará a situação para aqueles que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS)?
Na hora de maior necessidade os pacientes se deparam com hospitais e postos de saúde onde faltam médicos, equipamentos e materiais. Muitas vezes a população faz uma "via crucis" para conseguir atendimento nos hospitais da rede pública de saúde na capital. Na última segunda-feira (3), uma grávida de nove meses, sentindo fortes dores, passou oito horas andando de um lado para o outro à procura de atendimento. Passou, duas vezes, pela maternidade Marly Sarney. Só no fim da noite, conseguiu ser internada na unidade de saúde. Exemplo da peregrinação de quem precisa da saúde pública.
Dentro dos hospitais os problemas continuam. No Djalma Marques, o "Socorrão I", são corredores cheios de pessoas que ficam em macas colocadas até nos corredores. Uma mulher veio da cidade de Vargem Grande acompanhando a irmã, que está internada com suspeita de hérnia. Ela reclama da demora para tratar o caso que requer urgência. Outra mulher levou o pai para ser atendido e sofreu com as dificuldades.
No Hospital da Criança Odorico Amaral de Matos, mais reclamações. Quem conseguiu atendimento sabe que nem sempre é fácil. Pela janela do hospital, era possível observar a falta de conforto enfrentada por pacientes e acompanhantes em uma das enfermarias. As mães que estão com os filhos internados reclamam.
O SUS foi criado pela Constituição de 1988 para garantir à população atendimento público nas unidades de saúde. É financiado pelos governos federal, estaduais e municipais. a união tem que aplicar uma verba vinculada à variação do Produto Interno Bruto (PIB). Estados devem contribuir com 12% do orçamento e os municípios com 15%.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que a Prefeitura de São Luís investe 25% dos seus recursos na saúde. O Socorrão I recebe, mensalmente, R$ 1,4 milhão do SUS. No entanto, o custo mensal da unidade ultrapassa os R$ 5 milhões. O SUS só remunera os custos com os leitos cadastrados e, portanto, todos os gastos com os pacientes acomodados em macas, que chegam a 100 em média, são cobertos pelo município.
"Os esforços são grandes, mas não chegam para o tamanho da conta, principalmente em razão da alta demanda de pacientes vindos do interior. é preciso que todos os gestores cumpram suas metas pactuadas. Só assim, São Luís terá condições de oferecer melhores serviços à sua população e dos municípios de referência", afirma o secretário de Saúde, Gutemberg Araújo.
Outro caminho para melhorar a situação da urgência e emergência em São Luís, além dos investimentos e melhoria das unidades, tem sido o dos convênios com unidades filantrópicas e ampliação de leitos nas unidades da rede municipal. Com base nesses convênios, a rede municipal ganhou 200 novos leitos.
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