FIEMA reúne especialistas para discutir oportunidades e desafios da descarbonização da indústria
Tecnologia, inovação, novos modelos de negócio, legislação e os benefícios de se tornar uma empresa com emissão de carbono zero foram alguns dos assuntos debatidos.
SÃO LUÍS - O Seminário “Descarbonização na Indústria e o Mercado de Crédito de Carbono”, promovido hoje (13/07) pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), discutiu com especialistas renomados as principais tendências, desafios e oportunidades relacionadas à transição para uma economia de baixo carbono. Foram abordados temas como o panorama do mercado de crédito de carbono, a legislação e o processo de certificação das indústrias, assim como estratégias e ações para adaptação da base industrial ao novo modelo energético, vulnerável às alterações climáticas e à redução de emissão de gás carbônico.
O vice-presidente executivo da FIEMA e presidente do COPIN-MA, Luiz Fernando Renner, que na ocasião representou o presidente da FIEMA, Edilson Baldez, reforçou que o papel da Federação é de apoiar e incentivar iniciativas desta natureza que contribuam para o desenvolvimento da economia maranhense. “Hoje a FIEMA dá mais um passo como protagonista da discussão de grandes temas interligados com o setor industrial e o desenvolvimento do nosso estado ao colocar em destaque a descarbonização da indústria e o mercado de crédito de carbono, verdadeiros pilares da viabilidade econômica e do zelo ambiental”, destacou Renner.
O Seminário teve foco no setor industrial maranhense e visou despertar os empresários para essa temática que afetará os negócios em um futuro muito próximo. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lidera essa discussão em nível nacional e defende estratégias para descarbonização da indústria, eficiência energética, promoção da bioeconomia e economia circular. O objetivo é melhorar a eficiência da matriz energética do país e reduzir a emissão de poluentes. No Plano de Retomada da Indústria, a CNI propõe uma estratégia focada em inovação, inclusão social e crescimento sustentável.
Renner lembrou os investimentos que estão sendo feitos na União Europeia para a descarbonização da economia naquele bloco continental, que conta com programas voltados para a redução de carbono e legislação ambiciosa de clima e energia. A iniciativa abrange produtos industriais que utilizam intensa carga de energia, como ferro, aço, alumínio, fertilizantes e hidrogênio. “A FIEMA está alinhada com as tendências mundiais e cumpre seu papel de indutora do desenvolvimento produtivo e tecnológico ao disseminar novas ideias e promover o engajamento do setor privado, da academia e governo sobre esse novo formato de negócio que gera emprego, renda e impõe governança de sustentabilidade para a base industrial e, principalmente, o respeito ao meio ambiente”, explicou.
O titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos (SEDEPE), José Reinaldo Tavares, lembrou durante a abertura do Seminário que há um grande paradoxo entre os milhões de brasileiros que se alimentam mal ou passam fome, especialmente no Nordeste, e o potencial petrolífero da Margem Equatorial, localizada entre os estados do Amapá e do Rio Grande do Norte. Tanto a Margem Equatorial quanto o mercado de crédito de carbono trazem oportunidades que precisam ser aproveitadas.
José Reinaldo Tavares falou ainda do esforço que deve ser feito para uma emissão negativa de carbono e da necessidade de captura do carbono que já está na atmosfera. “Um simpósio como esse traz oportunidades enormes ao discutirmos um tema tão importante para o desenvolvimento humano”, falou. Vale destacar que o Maranhão possui o Plano Estadual da Descarbonização e instituiu o Comitê Estadual Carbono Neutro do qual a FIEMA participa ativamente para a implantação de uma economia verde para o estado.
Descarbonização
No Seminário foram debatidos vários aspectos do tema. O palestrante Jefferson de Oliveira Gomes, diretor de Inovação e Tecnologia do SENAI DN, falou sobre os ‘Desafios da descarbonização no país”. Já Chrislaine do Bomfim Marinho, consultora do SENAI CIMATEC , falou sobre “O que as indústrias precisam conhecer e fazer acontecer”. Ela abordou aspectos como adaptação das indústrias ao modelo de baixo carbono, com ampliação da eficiência da matriz energética e redução das emissões de poluentes.
Três empresas mostraram como lidam com a temática da descarbonização na prática. Silvia Carvalho Nascimento e Silva, presidente da Aço Verde do Brasil (AVB), fez a palestra “Abrindo caminhos para uma indústria verde”; Luane Lemos, gerente de Meio Ambiente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), falou sobre “O uso de tecnologias limpas no setor Marítimo” e a gerente regional de Meio Ambiente da Alcoa – ALUMAR, Thaísa Couto Bissacot, explicou “Como a Alumar defende o mercado regulado de carbono”.
Além da roda de discussão, o Seminário contou com mais duas palestras. Fabrício Brito, chefe de assessoria da SEDEPE, tratou da “Regulamentação do mercado de carbono” e Julia Sagaz, diretora socioambiental da Associação Brasileira de Investidores em Autoprodução de Energia (ABIAPE) e coordenadora do GT Licenciamento Ambiental e de Recursos Hídricos (FMASE), falou sobre o panorama do “Mercado de crédito carbono”, com estratégias e ações para adaptação das indústrias a esse novo modelo.
Também estiveram presentes ao Seminário o deputado estadual Francisco Nagib; Cassiano Pereira Júnior, presidente do Maranhão – Parcerias; Celso Gonçalo de Sousa, vice-presidente executivo da FIEMA e presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE-MA; Fábio Nahuz, vice-presidente executivo da FIEMA; Pedro Robson Holanda, 1º secretário da FIEMA; Raimundo Arruda, diretor regional do SENAI- MA; Isabela Pierce, diretora de meio ambiente do CIEMA; Walmer Rocha, diretor da Alumar; Carlos César, reitor do IFMA, e Cristiano.
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