SÃO LUÍS – A Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA) está discutindo com especialistas, governo e empresários a temática da descarbonização da indústria e o mercado de crédito de carbono. Assim como as empresas Aço Verde Brasil (AVB) e a EMAP- Porto do Itaqui, a Alumar contribui com essa discussão. A representante da Alcoa - Alumar contou em recente seminário o que a companhia tem feito para melhorar seus processos produtivos e como pretende entrar no mercado regulado de crédito de carbono.
A Alcoa é uma empresa de alumínio com operações de mineração, refinaria e smelter e está distribuída ao longo das Américas, Europa, Ásia e Austrália. No Brasil, a empresa está presente em Minas Gerais, Pará e Maranhão. Possui hidrelétricas cuja produção de energia é utilizada nas suas operações. Os indicadores de sustentabilidade da empresa são acompanhados mundialmente.
A diretora regional de Meio Ambiente da Alcoa – Alumar no Brasil, Thaísa Couto Bissacot, explicou a estratégia da empresa rumo a uma economia de baixo carbono. Em termos ambientais a Alcoa trabalha em quatro pilares: governança e compliance, biodiversidade, mudanças climáticas e economia circular. As três últimas estratégias estão associadas à descarbonização da produção industrial. Cada uma delas inclui metas, como o compromisso de reabilitar o mesmo percentual de áreas impactadas pela empresa com a atividade de mineração, aumentar a reciclagem de resíduos, assim como diminuir a geração de resíduos e o envio para aterros. A atuação da empresa é na perspectiva de que os resíduos possam ser usados como insumos para outros segmentos e não só para a indústria de alumínio.
“Temos três grandes marcos e desafios no ciclo de geração de alumínio, que vão desde a cadeia de extração da bauxita até a geração de alumínio primário. Até 2025, queremos reduzir 30% das emissões dentro da cadeia da refinaria de alumínio primário e até 2030 chegar a 50% com ambição de net zero em 2050”, frisou. Ela acrescentou que ainda há muito o que fazer para atingir esses objetivos. “A FIEMA está de parabéns ao organizar esse fórum de discussão com a participação do setor industrial, governo e academia porque precisamos caminhar juntos para que possamos atingir métricas reais”, disse Thaísa.
Baixo carbono - A Alumar criou uma família de produtos chamada Sustana, que representa essa estratégia de economia de baixo carbono. Isso significa a geração de produtos com duas a três vezes menos pegada de carbono quando comparado à indústria mundial de alumínio. Essas conquistas são muito em função do incremento tecnológico que foi feito e da matriz energética que o Brasil possui hoje. Para atingir a ambição do net zero, a Alcoa em nível mundial tem um portfólio de energia cada vez mais vinculado à matriz energética renovável. A empresa tem buscado o desenvolvimento de tecnologias disruptivas em diversos segmentos, mas acima de tudo procura tornar o processo produtivo mais competitivo, inteligente e eficiente.
Uma das metas da Alumar, que opera em São Luís desde 1984, é a substituição de combustíveis fósseis por energia renovável e acompanhar as diretrizes que guiam a empresa em nível mundial. A Alumar é composta de porto, usado para a vinda de insumos e exportação de parte da produção; refinaria, redução e parque ambiental, que está dentro da área industrial. Este último é usado para educação ambiental e ainda reforça o compromisso da empresa com o meio ambiente e com a realização de pesquisas associadas à biodiversidade.
Religamento da redução – Para retomar suas operações na área de redução, a Alumar realizou investimentos e promoção de novos empregos com capacidade produtiva para produzir 447 mil toneladas de alumínio primário por ano. O religamento da redução foi feito no ano passado adotando melhorias energéticas, como substituição de diesel por flex gás no cozimento e compromisso de compra de energia 100% renovável.
Em 2021, a Alumar realizou mapeamento conceitual e o parque ambiental foi uma das áreas estudadas com potencial para lançar um projeto de crédito de carbono, o primeiro da companhia no mundo. “Queremos ampliar o leque de conhecimento dentro desse processo para contribuir quando a gente tiver uma regulação (mercado de crédito de carbono) efetiva implementada no país. Nosso marco zero é de fato reduzir a intensidade de emissões, mas a gente também busca projetos para eventualmente nos auxiliar naquilo que não conseguirmos reduzir em termos de emissões diretas”, antecipou.
Ela finalizou a palestra destacando que há muito potencial no segmento do alumínio. Thaísa acrescentou que é necessário que o país tenha uma base bem estabelecida, com premissas bem definidas e que as indústrias tenham um tempo para se adequar. “Para isso é necessário garantir uma forma de trabalho conjunto entre iniciativa pública, privada e academia para que a gente tenha rotas tecnológicas pra garantir que estaremos preparados pra esses índices quando o mercado regulado de crédito de carbono chegar”, frisou. A íntegra do Seminário “Descarbonização na Indústria e o Mercado de Crédito de Crédito de Carbono”, pode ser conferida no canal do Sistema FIEMA no Youtube.
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