(Divulgação)
COLUNA
Allan Kardec
É professor universitário, engenheiro elétrico com doutorado em Information Engineering pela Universidade de Nagoya e pós-doutorado pelo RIKEN (The Institute of Physics and Chemistry).
Coluna do Kardec

Os desafios da Internet 6G

Falamos sobre a nova revolução que vem aí, a internet 6G.

Allan Kardec

 


 


 

 
 

A internet 6G, ou sexta geração de tecnologia de comunicação sem fio, é a futura evolução das redes de telecomunicações móveis, sucedendo a 5G, que usamos atualmente. 

Embora ainda esteja em estágios de pesquisa, a 6G vai oferecer melhorias significativas em relação às gerações anteriores, aumentando a capacidade, a velocidade e a eficiência da comunicação.

A 6G promete velocidades de transmissão de dados que podem alcançar até 100 vezes ou mais que as velocidades do 5G, potencialmente chegando a várias centenas de gigabits por segundo.

A latência, ou o tempo de resposta entre o envio e o recebimento de dados, deverá ser drasticamente reduzida, possivelmente a menos de 1 milissegundo. Isso é essencial para aplicações em tempo real, como realidade virtual e aumentada, telemedicina e veículos autônomos.

A 6G deve suportar a conexão de trilhões de dispositivos simultaneamente. Como consequência, testemunharemos o fortalecimento da Internet das Coisas (IoT), que é a interconexão de dispositivos físicos à internet, permitindo que coletem, compartilhem e analisem dados de forma automática. 

A IoT aumenta a eficiência e a automação em diversos setores, desde residências até indústrias e cidades inteligentes. E poderá transformar profundamente como interagimos com o mundo ao nosso redor, aumentando a conectividade e a inteligência dos sistemas que usamos diariamente.

Mais ainda, a 6G poderá utilizar frequências de rádio mais altas, incluindo ondas milimétricas e até terahertz, um milhão de vezes mais que a frequência das ondas de rádio FM que usamos hoje, o que permitirá aplicações que ainda desconhecemos. Ou seja, vem aí um novo mundo de comunicações avançadas, para além do rádio e da televisão.

A 6G abrirá oportunidades para novas aplicações e serviços, como cidades inteligentes, sistemas de transporte automatizados, comunicação cérebro-máquina, máquina-máquina e experiências imersivas em realidade aumentada e virtual.

A implementação da internet 6G está prevista para a década de 2030, e é uma área ativa de pesquisa e desenvolvimento, com muitos países e empresas já investindo substancialmente em suas capacidades e infraestrutura.

No entanto, por suas promessas de velocidades extremamente altas e conectividade expandida, a 6G exigirá uma infraestrutura significativamente mais intensiva em energia, incluindo torres, data centers e dispositivos de usuários. Além de fontes de água para resfriamento dos dispositivos.

Isso vai levar a um maior consumo de energia e água, impactando tanto o ambiente devido ao aumento potencial nas emissões de gases de efeito estufa, quanto os custos operacionais das redes.

Só relembrando, hoje a inteligência artificial requer quantidades imensas de energia e de consumo de água, isso porque o treinamento dos neurônios que compõem, por exemplo, o ChatGPT, requer centro de dados enormes que, por sua vez, requer quantidades enormes de água pra seu resfriamento.

O Brasil deve estar atento e preparado para essas novas demandas, para não ser apanhado de surpresa, como foi no caso da revolução da inteligência artificial.

*Allan Kardec Duailibe Barros Filho, 55 anos, é doutor em engenharia da informação pela Universidade de Nagoya (Japão). É professor titular da UFMA (Universidade Federal do Maranhão). Foi diretor da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e atualmente é presidente da Gasmar (Companhia Maranhense de Gás)


 


 


 

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