BRASÍLIA - A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta terça-feira (29) a Operação Korban para investigar indícios de desvios de aproximadamente R$ 15 milhões de recursos federais. O valor foi destinado à Associação Moriá, no Distrito Federal, para a realização de competições estudantis de esportes digitais.
Segundo as investigações, a entidade recebeu os recursos por meio de contratos firmados com o Ministério do Esporte. A assessoria da pasta foi procurada, mas ainda não se manifestou sobre o caso.
MANDADOS E BLOQUEIOS
A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e cumpriu 17 mandados de busca e apreensão em endereços vinculados à Associação Moriá, a cinco dirigentes da entidade, a seis empresas subcontratadas e a seus sócios, no Acre, Paraná, Goiás e Distrito Federal. O STF também determinou o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens, como veículos e imóveis, podendo alcançar R$ 25 milhões.
As apurações indicam que os recursos foram direcionados por emendas parlamentares de autoria do senador Izalci Lucas (PL-DF) e da ex-senadora Rose de Freitas. Nenhum dos dois foi alvo de medidas judiciais. Izalci foi procurado, mas não respondeu até a publicação desta matéria.
Relatórios preliminares da CGU apontam três principais indícios de irregularidades:
- direcionamento de subcontratações para empresas com vínculos entre si;
- falsificação de orçamentos e ausência de concorrência efetiva;
- contratação de empresas com sinais de fachada, sem sede compatível, funcionários ou histórico de serviços.
GASTOS QUESTIONADOS
De acordo com a CGU, parte significativa dos recursos foi usada para o aluguel de computadores com preços até 11 vezes superiores aos valores de mercado. Também foram identificadas despesas de cerca de 40% do total com festas de abertura e encerramento dos eventos.
Nos últimos três anos, a Associação Moriá recebeu mais de R$ 90 milhões em 26 emendas parlamentares, destinadas não apenas aos jogos eletrônicos, mas também a outras ações, como o controle de zoonoses no Acre.
A CGU já havia incluído a ONG em um relatório que lista dez entidades sob análise por suspeita de má gestão de recursos públicos. No caso da Moriá, foram apontados gastos considerados “evitáveis” de aproximadamente R$ 1,7 milhão.
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