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COLUNA
Fernando Coelho
Diretor do Instituto Experiência do Cliente, escritor e professor universitário.
Fernando Coelho

Porque bons funcionários se demitem da liderança

Tem muito funcionário bom que se demite da gestão e não da empresa. Se o seu gestor não sabe liderar, a sua empresa pode perder capital humano. O Professor de Negócios Fernando Coelho, faz um alerta importante neste artigo.

Fernando Coelho

Atualizada em 03/11/2025 às 10h21
O Professor de Negócios Fernando Coelho, faz um alerta importante neste artigo.
O Professor de Negócios Fernando Coelho, faz um alerta importante neste artigo. (Foto: Divulgação)

Uma parcela significativa de bons colaboradores não se demite da empresa, mas sim da liderança. O líder é um dos profissionais mais importantes para desenvolver, engajar e reter colaboradores. E, quando estamos falando de bons colaboradores, aqueles que entregam resultado, que têm fit cultural com a empresa, que você sabe que pode contar a todo momento, que têm plano de crescimento dentro da organização, estes, quando se desligam, em geral o motivo principal é uma liderança não preparada que desengaja.

O problema: liderança que desengaja

Esse cenário reflete outro problema dentro das organizações: gestores que são contratados ou promovidos e não são preparados para sentar na cadeira de líder. 

Uma das coisas que sempre digo nas minhas aulas e programas de Mentoria de gestão é que o líder precisa passar por um programa de desenvolvimento de liderança, que engloba: gestão de pessoas, gestão de projetos, gestão de processos e gestão de indicadores.

A gestão de pessoas é um dos pilares mais relevantes dentro de uma liderança, afinal de contas, uma empresa é formada por pessoas e por processos, e são as pessoas que seguem os processos e geram os resultados.

Segundo a Gallup, 42% dos funcionários que saíram voluntariamente afirmaram que o seu gestor ou organização poderia ter feito algo para evitar sua saída.

Outro estudo que chama a minha atenção, é um levantamento da Second Talent: “67% dos colaboradores citam má gestão como motivo para deixar o emprego” e “os funcionários com bons gestores têm 40% menos probabilidade de sair”. 

Esses dados mostram claramente que não é só a empresa ou a remuneração, mas quem lidera e como lidera que faz a diferença, especialmente para os “bons” colaboradores que têm opções, são exigentes e querem crescimento.

Minhas recomendações para empresários: 

1. Desenvolva a sua liderança

A primeira orientação é investir em programas de desenvolvimento de liderança, isso é essencial. O líder precisa aprender a gerir pessoas (motivar, dar feedback, reconhecer, desenvolver), gerir processos (padronizar, melhorar continuamente), gerir projetos (planejar, acompanhar, entregar) e gerir indicadores (monitorar, ajustar, comunicar). Tem muito gestor perdido! Sem isso, a liderança se torna reativa e os bons colaboradores acabam buscando outros lugares.

2. Avalie constantemente a liderança

Não basta promover alguém e “torcer para dar certo”. É necessário avaliar se os líderes exercem efetivamente os comportamentos desejados: comunicação clara, empatia, feedback, coaching, visão de futuro para a equipe. Realize avaliações regulares: entrevistas com a equipe, 360°, indicadores de retenção/engajamento sob cada líder. Se for detectado que uma liderança está fragilizada, intervenha: mentoria, treinamento, substituição. Isso evita que colaboradores bons desistam.

3. Faça avaliação de clima organizacional

Uma liderança fraca ou desengajada muitas vezes gera clima ruim, que se espalha e mina o engajamento. Fazer pesquisas de clima organizacional permite identificar pontos de desalinhamento, desconexão entre líderes e liderados, níveis de satisfação e engajamento. Com esses diagnósticos você poderá agir antes que o talento vá embora, e lembrando: bons colaboradores não largam a empresa, largam o líder que não entrega o que se espera de uma liderança que inspira.

Para concluir, se você empresário deseja reter bons colaboradores, não pode negligenciar a qualidade da sua liderança. Quando profissionais de alto desempenho se desligam, frequentemente não é por falta de oportunidade, plano de carreira ou salário, é porque a liderança direta não entregou a motivação, o apoio, o reconhecimento ou a visão de futuro que eles esperavam.

Portanto, investir no capital humano da empresa significa investir na liderança. E mais: significa monitorar a liderança, medindo seu impacto no engajamento e clima; e significa medir o clima organizacional como instrumento de prevenção. Se você como empresário assumir esse tripé: desenvolver líderes, avaliar lideranças e medir o clima, estará cada vez mais preparado para manter os talentos que fazem a diferença.

Para mais dicas, ouça meu podcast.  

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Fernando Coelho  
Diretor do Instituto Experiência do Cliente. Palestrante e Autor dos livros Gestão de Vendas e Experiência do Cliente, CX Descomplicado, Fidelizando o Cliente na Prática e mais 4 obras. Selecionado pela Metricx como um dos melhores autores brasileiros na área de Experiência do Cliente. Conselheiro Consultivo de empresas. Doutorando em Gamificação pela Universidade de Coimbra. Professor de Negócios na ESPM Rio, UEMA e Instituto Navigare. Mentor e Treinador de Negócios para marcas como Vale, Samsung, Mercedes Benz, Boticário, Grand Cru, Hotel Blue Tree e outras.


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