BACABAL – Mayane Cleide Conceição Costa, de três anos, morreu, na madrugada da última quinta-feira (27), vítima de uma queda de rede. Assim foi registrada a causa de sua morte no Instituto Médico Legal (IML) de São Luís. Apesar de ter morrido na capital, a criança caiu, ainda no dia 16 de janeiro, no município de Bacabal, onde morava com a mãe, Margarete Silva Costa, que já denunciou à imprensa e à Justiça o mau atendimento inicial recebido pela filha.
De acordo com Margarete Costa, no dia 16, quando a filha caiu da rede e o braço da menina inchou, ela foi levada, imediatamente, para o Hospital Laura Vasconcelos, onde funciona, provisoriamente, o Socorrão. Após uma longa espera, a filha foi atendida, e o diagnóstico foi apenas uma luxação no braço.
No dia 18 de janeiro, Mayane Costa passou a sentir mais dores e a apresentar febre. Levada para o mesmo hospital às 7h, foi atendida apenas às 11h. No receituário, o médico, identificado como Paulo Roberto, receitou apenas Biofenac e uma tala para o braço da criança. De Bacabal, ela foi encaminhada para São Luís, onde foi atendida no Socorrão II.
Depois de nove dias em São Luís, Mayane morreu, segundo a mãe, com o diagnóstico da quebra de três costelas e pneumonia. “Os médicos disseram que, se minha filha tivesse sido tratada a tempo e do modo correto, seu quadro não teria se agravado”, disse a mãe à imprensa.
A reportagem da rádio Mirante FM de Bacabal tentou contato com o médico Paulo Roberto, com o secretário Municipal de Saúde, Lílio Estrela, e com o diretor do Socorrão, Marcos Lins, mas nenhum deles foi localizado ou quis falar sobre o assunto. Em São Luís, o Imirante tentou, tanto nessa sexta-feira (28), quanto na manhã deste sábado (29), entrar em contato com a Secretaria Municipal de Saúde ou com o Socorrão, para saber informações do caso, mas também não obteve sucesso.
Problemas na saúde de Bacabal
Esse é mais um caso em que se denuncia a morte de uma pessoa por falta de atendimento ou atendimento inadequado no Hospital Regional Laura Vasconcelos, que funciona como o pronto-socorro de Bacabal. No dia 5 de dezembro de 2009, o jovem Paulo Oliveira, após sofrer um acidente de trânsito, deu entrada no pronto-socorro e, segundo familiares, não recebeu o atendimento adequado. Parentes o levaram para Presidente Dutra, mas, mesmo assim, Paulo não conseguiu sobreviver.
Na época, o juiz Osmar Gomes determinou abertura de inquérito policial para apurar a existência de crime e punir os responsáveis. A delegada responsável, Liliane Passurolo, ao remeter os autos para o Ministério Público, declarou haver constatado a negligência médica e pediu o indiciamento do médico Dilson Sá Ferreira. O processo tramita de forma lenta na 2ª Vara da comarca de Bacabal.
Sobre o caso de Maiane Conceição Costa, o juiz de Bacabal, Roberto de Paula, informou que, na próxima semana, pedirá a instauração de inquérito policial para apurar o caso.
Outro processo lento na Justiça de Bacabal é sobre a reabertura do prédio oficial do pronto-socorro municipal, que está fechado há, aproximadamente, três anos. O Socorrão foi fechado pela Justiça, depois que uma Ação Civil Pública foi ajuizada pelo MP, requerendo bom funcionamento, principalmente, na observância das regras básicas de higiene. Após várias prorrogações de prazos, a Prefeitura de Bacabal ainda não conseguiu colocar o Socorrão em funcionamento.
*Com informações de Louremar Fernandes.
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