ESTREITO - A travessia entre o Maranhão e Tocantins por meio de balsa pelo Rio Tocantins vem sendo analisada com prioridade, porém com cautela, pela Marinha do Brasil. Isso porque, conforme aponta a nota divulgada nessa quinta-feira (2), “é indispensável o cumprimento de requisitos de segurança previstos nas Normas da Autoridade Marítima para Obras e Atividades Afins em Águas sob Jurisdição Brasileira”.
A Marinha do Brasil foi consultada, no dia 30 de dezembro de 2024, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), sobre a possibilidade e disponibilidade de operação de uma balsa portada, de forma emergencial, para fazer a travessia no rio Tocantins de carros de passeios e emergência.
Em resposta, a Marinha relacionou os seguintes requisitos a serem cumpridos para a implementação da travessia por balsa:
1. Construção de rampas de acesso em cada margem do Rio Tocantins: isto é necessário para embarque e desembarque com segurança dos veículos que serão transportados, assim como deve haver pontos fixos de amarração, em terra, para que o comboio balsa/empurrador permaneça estabilizado e bem amarrado à margem durante o carregamento/descarregamento.
2. Local adequado e próprio para o transporte dos motoristas e passageiros dos veículos transportados: as pessoas não poderão realizar a travessia dentro dos seus automóveis, por questões de segurança.
3. Conjunto empurrador/balsa com documentação regular e tripulação habilitada.
A Marinha disse que, até o momento, não recebeu os documentos necessários que comprovem a observância dessas obrigações apontadas.
“A Marinha do Brasil, mais uma vez, reforça que, devido ao caráter emergencial da situação, será estabelecida a urgência adequada para a sua tramitação de forma prioritária. Entretanto, a Autoridade Marítima não pode abdicar do estrito cumprimento das normas relativas à segurança da navegação, priorizando a salvaguarda da vida humana, com a finalidade de evitar novas ocorrências trágicas na região”, aponta a nota.
A empresa de balsas Pipes Navegações, que deverá realizar o serviço, chegou a divulgar um cronograma, mas os trabalhos ainda não começaram, segundo informações do g1 Tocantins.
A Pipes afirmou, em nota, ao g1 TO, que a balsa chegaria nessa terça-feira (31), mas falta finalizar os acessos, por parte do Dnit e vistorias da embarcação pela Marinha do Brasil.
O Dnit já havia confirmado que vai custear a balsa e que os moradores não terão que pagar tarifa.
A passagem pelo trecho da BR-226, entre Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO) foi suspensa no dia 22 de dezembro, após a queda da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira. De acordo com a Marinha, 12 das 17 pessoas identificadas como vítimas do desabamento da ponte já foram localizadas e retiradas do Rio Tocantins.
Cinco vítimas continuam desaparecidas após a queda da ponte: Felipe Giuvannuci Ribeiro, de 10 anos; Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos; Marçon Gley Ferreira, de 42 anos; Alessandra do Socorro Ribeiro, de 50 anos; e Salmon Alves Santos, de 65 anos.
Vítimas localizadas e resgatadas
- Lorena Ribeiro Rodrigues, de 25 anos, era natural de Estreito (MA) mas morava em Aguiarnópolis (TO). O corpo dela foi localizado no domingo (22);
- Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos. O corpo dela foi localizado na terça-feira (24). Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, que saiu de Dom Eliseu (PA) e que caiu no rio Tocantins;
- Kécio Francisco Santos Lopes, de 42 anos. O corpo dele foi localizado na terça-feira (24). Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas;
- Andreia Maria de Souza, de 45 anos. O corpo foi encontrado na terça-feira (24). Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico;
- Anisio Padilha Soares, de 43 anos. O corpo dele foi localizado na quarta-feira (25);
- Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos. O corpo dela foi localizado na quarta-feira (25);
- Elisangela Santos das Chagas, de 50 anos. O corpo dela foi encontrado por mergulhadores na manhã da quinta-feira (26). Ela estava em uma caminhonete, junto com o marido, o vereador Alison Gomes Carneiro (PSD);
- Rosimarina da Silva Carvalho, de 48 anos. O corpo dela foi localizado também na quinta (26);
- Alison Gomes Carneiro, de 57 anos. O vereador do PSD teve o corpo localizado na manhã de domingo (29). Ele estava na caminhonete com a esposa, Elisangela Santos, que também morreu na tragédia.
- Cássia de Sousa Tavares, de 34 anos. O corpo dela foi retirado do rio na terça-feira (31) e estava dentro de um veículo. Ela viajava com a filha, Cecília de três anos e o marido, Jairo Silva Rodrigues. Apenas ele sobreviveu a tragédia.
- Cecília Tavares Rodrigues, de 3 anos. O corpo dela foi retirado do rio na terça-feira (31). A menina viajava com a mãe, Cássia e com o pai, Jairo Silva Rodrigues.
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