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De Olho na Economia
É economista com experiência nacional e internacional em análises macroeconômicas e microeconômicas. Possui habilidade em análises setoriais, gestão do capital humano, orçamentos e finanças.
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Nova safra 2024/2025 de grãos sinaliza recordes e desafios para o agronegócio

Leia a coluna da semana do economista Wagner Matos.

Wagner Matos

Essa expansão, alavancada pela forte demanda internacional por commodities agrícolas brasileiras, impulsiona o setor a investir cada vez mais em tecnologia de produtividade e expansão da área cultivada.
Essa expansão, alavancada pela forte demanda internacional por commodities agrícolas brasileiras, impulsiona o setor a investir cada vez mais em tecnologia de produtividade e expansão da área cultivada. (Wenderson Araujo / Trilux)

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projetou uma safra de grãos recorde para 2024/2025, com estimativa de 322,47 milhões de toneladas, um aumento de 8,3% em relação a 2023/2024. Essa expansão, alavancada pela forte demanda internacional por commodities agrícolas brasileiras, impulsiona o setor a investir cada vez mais em tecnologia de produtividade e expansão da área cultivada. A previsão é de que a área plantada alcance 81,34 milhões de hectares, um crescimento de 1,9% em relação à safra anterior. E para o Maranhão a projeção é que se tenha um crescimento da safra, a estimativa é 7.746,7 milhões de toneladas, um crescimento de 3,4%, destaque para a soja, algodão e arroz. A capacidade produtiva do Brasil é indiscutível, e envolve muita tecnologia agrícola, vastas extensões de terras e condições climáticas favoráveis.

No entanto, esse cenário promissor é acompanhado por desafios significativos. A falta de infraestrutura adequada para armazenar a produção recorde pode levar a perdas de qualidade e quantidade, impactando negativamente a rentabilidade dos produtores. Outro ponto de extrema importância é a infraestrutura portuária. A saturação dos portos brasileiros limita a capacidade de exportar as nossas commodities, gerando atrasos nas entregas e aumenta os custos de transporte. O desalinhamento entre a produção, armazenamento e logística revela a ausência de um planejamento integrado entre esses três setores. Situação que pode comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional.

Os tímidos investimentos em infraestrutura de armazenamento e logística portuária podem resultar em perda de competitividade, gerando dificuldades em atender aos prazos e padrões de qualidade exigidos pelos compradores internacionais. Podendo trazer consequência em redução das margens de lucro com aumentos nos custos de produção e logística, além de perdas por deterioração dos grãos. E o resultado possibilita o risco de perda de mercado, ou seja, outros países produtores podem aproveitar essa oportunidade para ocupar o espaço deixado pelo Brasil.

Diante desse cenário, é fundamental que os produtores elaborem um planejamento estratégico que identifique as principais oportunidades e desafios do mercado, definindo ações para otimizar a produção e a comercialização internacional. Continuem investir em tecnologia que aumentem a eficiência da produção e a qualidade dos grãos, como a agricultura de precisão e o armazenamento em silos. Estabelecer parcerias com empresas de armazenagem, logística e consórcio de exportação para garantir a fluidez da cadeia produtiva e maior margem aos produtores. A organização através da união dos produtores em consórcios pode fortalecer o poder de negociação e facilitar o acesso a recursos e tecnologias.

Concluo que, a nova safra de grãos traz grandes oportunidades para o agronegócio brasileiro, mas também exige um planejamento estratégico e investimentos em infraestrutura armazenagem e portuária para garantir a sustentabilidade do setor. O desalinhamento entre produção, armazenamento e logística pode comprometer a competitividade do Brasil no mercado internacional. E é fundamental que o governo, o setor privado e os produtores trabalhem em conjunto para superar esses desafios e garantir a prosperidade do agronegócio brasileiro.

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